sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Resposta de um desgoverno...

Oposição reclama da manobra com retirada das LOBs; Governo admite articulação

O deputado estadual Carlos Gaban (DEM), vice-líder da oposição na Assembleia, avaliou que o pedido de retirada dos projetos de Lei de Organização Básica (LOB) da Polícia Militar e Bombeiros, feita pelo governo estadual, é uma manobra feita para que a proposta seja reencaminhada a Casa e votada, à revelia da insatisfação da categoria. "Foram retirados 14 projetos que estavam sobrestando, que estavam na frente desse da PM. Porque deveria ter um acordo de licença para liberar formalidades. A gente estava negociando isso a todo tempo. [...] Essa medida foi para que mande republicar, reencaminhando as duas LOBs com as alterações, publicando o relatório feito por Zé Raimundo e deve pedir urgência", explicou.  Dois dos principais pontos questionados pelas associações da PM são artigo 92 do estatuto - que, segundo a Aspra foi feito um acordo para que fosse adicionado periculosidade a quem não recebe e vale transporte e não foi cumprido - e a mudança do comando da corporação ao secretário de Segurança Pública, e não ao governador e comandante da PM, como é agora. "Com isso, eles romperam a negociação com a oposição. O ônus é deles e da sociedade", acusou. "Significa que nessa gestão provavelmente não terá acordo. Eles vão ter que usar o rolo compressor que sempre utilizaram", disse. Ele citou ainda que tem conhecimento de uma carta, que teria sido assinada por vários coronéis, contrários à aprovação da LOB enviada pelo Executivo. O coronel Edmilson Tavares, da Força Invicta, avalia que a mudança para que haja votação em urgência sinaliza que não haverá mais diálogo com a categoria. "Não é uma notícia feliz para a gente", lamentou.
 
O líder do governo na Casa, Zé Neto (PT), afirmou que manterá contato com as associações dos policiais. “Vou me reunir com eles na terça-feira (11) pela manhã. Depois, eu tenho dois planos para conseguir a votação: vou apresentá-las, e se a oposição não cumprir o que prometeu, vou pedir urgência”, afirmou o deputado, garantindo que terça-feira será o prazo final. “Não vou ficar refém da oposição. Eu espero que eles tenham a decência de cumprir o que queriam. Eu não vou ficar refém de vontades que mudam como o vento”, filosofou. Zé Neto disse que não irá se comunicar com Gaban para a articulação. “Vou deixa-lo de lado, porque ele disse que votaria os quatro projetos na terça-feira (4) e o que aconteceu? Vou poupá-lo porque parece que ele não sabe o que está se passando”, disparou o petista, que alfinetou a “independência” de alguns membros da oposição, como o deputado Bruno Reis (PMDB) e vereador de Salvador e futuro deputado Soldado Prisco (PSDB).

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