Sexta, 07 de Novembro de 2014 - 15:40
O
deputado estadual Carlos Gaban (DEM), vice-líder da oposição na
Assembleia, avaliou que o pedido de retirada dos projetos de Lei de
Organização Básica (LOB) da Polícia Militar e Bombeiros, feita pelo
governo estadual, é uma manobra feita para que a proposta seja
reencaminhada a Casa e votada, à revelia da insatisfação da categoria.
"Foram retirados 14 projetos que estavam sobrestando, que estavam na
frente desse da PM. Porque deveria ter um acordo de licença para liberar
formalidades. A gente estava negociando isso a todo tempo. [...] Essa
medida foi para que mande republicar, reencaminhando as duas LOBs com as
alterações, publicando o relatório feito por Zé Raimundo e deve pedir
urgência", explicou. Dois dos principais pontos questionados pelas
associações da PM são artigo 92 do estatuto - que, segundo a Aspra foi
feito um acordo para que fosse adicionado periculosidade a quem não
recebe e vale transporte e não foi cumprido - e a mudança do comando da
corporação ao secretário de Segurança Pública, e não ao governador e
comandante da PM, como é agora. "Com isso, eles romperam a negociação
com a oposição. O ônus é deles e da sociedade", acusou. "Significa que
nessa gestão provavelmente não terá acordo. Eles vão ter que usar o rolo
compressor que sempre utilizaram", disse. Ele citou ainda que tem
conhecimento de uma carta, que teria sido assinada por vários coronéis,
contrários à aprovação da LOB enviada pelo Executivo. O coronel Edmilson
Tavares, da Força Invicta, avalia que a mudança para que haja votação
em urgência sinaliza que não haverá mais diálogo com a categoria. "Não é
uma notícia feliz para a gente", lamentou.
O líder do governo na Casa, Zé Neto (PT), afirmou que manterá
contato com as associações dos policiais. “Vou me reunir com eles na
terça-feira (11) pela manhã. Depois, eu tenho dois planos para conseguir
a votação: vou apresentá-las, e se a oposição não cumprir o que
prometeu, vou pedir urgência”, afirmou o deputado, garantindo que
terça-feira será o prazo final. “Não vou ficar refém da oposição. Eu
espero que eles tenham a decência de cumprir o que queriam. Eu não vou
ficar refém de vontades que mudam como o vento”, filosofou. Zé Neto
disse que não irá se comunicar com Gaban para a articulação. “Vou
deixa-lo de lado, porque ele disse que votaria os quatro projetos na
terça-feira (4) e o que aconteceu? Vou poupá-lo porque parece que ele
não sabe o que está se passando”, disparou o petista, que alfinetou a
“independência” de alguns membros da oposição, como o deputado Bruno
Reis (PMDB) e vereador de Salvador e futuro deputado Soldado Prisco
(PSDB).
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