Após morte de técnico, operários do metrô paralisam atividades
Um homem identificado como Kim Jong Pyo, técnico especializado da CCR, morreu após ser eletrocutado na obra do metrô
Após a morte de um técnico coreano, os operários do metrô de Salvador paralisam as atividades
enquanto aguardam o resultado de uma vistoria no local de acidente. De
acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção
Pesada da Bahia (Sintepav), Adalberto Galvão, os trabalhadores estão
reunidos no canteiro de obras do Retiro para cobrar um posicionamento da
Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), empresa responsável pela
obra, além de exigir mais segurança para a categoria.
"Lamentavelmente, tão grave quanto foi o acidente
foi o posicionamento da CCR", disse o presidente do Sintepac. "Nós
esperávamos toda uma postura de transparência com a empresa, algo que
não aconteceu. A própria polícia teve de enfrentar os guardas armados da
concessionária para conseguir entrar no local do acidente", acusa.
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A previsão é de que o metrô comece a funcionar no dia 11 de junho
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O
incidente aconteceu no final da tarde da quinta-feira (29). Um homem
identificado como Kim Jong Pyo, técnico especializado da CCR, morreu
após ser eletrocutado. Esta foi a primeira morte registrada nas obras do
metrô de Salvador. A assessoria da CCR disse que irá investigar as
causas do acidente.
Em nota divulgada no fim da noite, a concessionária
informou que Kim Jong recebeu auxílio imediato por parte de socorristas
da equipe antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(Samu), mas não resistiu.
Segundo o Sintepav, a vítima era um funcionário
vinculado a uma empresa que está desenvolvendo o pré-teste dos trens do
metrô. "Os operários da obra contaram que ele [Kim Jong] morreu depois
de descer para acessar a casa onde ficavam as baterias depois que os
trens foram desergenizados", relata Adalberto Galvão. "No entanto, ainda
havia um resíduo de energia no local, e ele foi eletrocutado".
Uma auditoria realizada pela Superintendência
Regional de Trabalho e Emprego (SRTE) deve acontecer no local do
acidente, nesta sexta-feira (29). O Sintepav acusado a CCR de se negar a
prestar informações do acidente, e cobra um posicionamento da empresa.
O Correio24horas entrou
em contato com a assessoria de comunicação da concessionária nesta
sexta, que confirmou paralisação dos funcionários das obras do metrô,
mas disse que as circunstâncias do acidente ainda estavam sendo
investigadas. Sobre o comentário do presidente do Sintepav de que
seguranças da empresa teriam barrado a entrada da polícia, a assessoria
disse que iria verificar a acusação e se posicionar sobre o caso ainda
hoje.
A previsão é de que o metrô comece a funcionar a
partir do dia 11 de junho em operação assistida, com linha expressa
saindo da estação Acesso Norte, nas proximidades da Rótula do Abacaxi,
chegando à estação do Campo da Pólvora. Segundo o Governo do Estado, o
equipamento será utilizado para transportar torcedores que estejam
portando ingressos em dias de jogos na Arena Fonte Nova.
Segurança
Neste mês de maio, as obras do metrô no canteiro do Retiro foram suspensas por determinação da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE). Cerca de 300 operários da CCR ficaram proibidos de trabalhar. A assessoria da CCR informou que o problema foi solucionado e que os operários voltaram a trabalhar rapidamente.
"O motivo foi a falta de medidas coletivas de
segurança", explicou o chefe do Setor de Segurança e Saúde do
Trabalhador da SRTE, Flávio Nunes. Segundo ele, falta de suporte para os
cintos de segurança e o uso de apenas uma corda de sustentação foram
algumas das irregularidades encontradas. Cerca de 2 mil operários
trabalham no local.
Neste mês de maio, as obras do metrô no canteiro do Retiro foram suspensas por determinação da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE). Cerca de 300 operários da CCR ficaram proibidos de trabalhar. A assessoria da CCR informou que o problema foi solucionado e que os operários voltaram a trabalhar rapidamente.