Sargento da PM é preso por criticar governador na Internet
De acordo com o major Marcos Kinpara, o sargento "fez comentário de forma desrespeitosa ao Chefe do Executivo"
10.04.2013 - 18:35
Um comentário crítico a uma mensagem do governador
do Acre, Tião Viana (PT), publicada na internet resultou em cinco dias
de prisão para um sargento da Polícia Militar do Estado. O 3º sargento
Isaías Brito Brandão começa a cumprir hoje a punição imposta pelo
Comando Geral da PM numa cela do Batalhão de Policiamento Ambiental.
Segundo a Corregedoria da PM, o sargento
desrespeitou o governador do Acre nos comentários publicados no dia 2
de março na rede social Facebook. A postagem do governador se referia a
verbas do governo federal conquistadas pelo Estado.
“Agora em Brasília, conseguimos aprovar 251 milhões
para mobilidade e saneamento, obrigado presidente Dilma. Marcus
Alexandre [prefeito de Rio Branco] aprovando 51 milhões para
mobilidade. Senadores Jorge Viana e Coletivo 13 Anibal [Diniz]
dividindo a alegria do momento”, escreveu Viana.
Abaixo, o sargento comentou: “mais dinheiro para as
ruas do povo? Vai precisar mesmo, afinal, as ruas que foram feitas no
ano passado, este ano já precisam ser refeitas. Eu quero ver o senhor
cumprir a promessa de asfaltar todas as ruas do Estado até 2014”.
Em seguida, fez um complemento com uma crítica
direta ao senador petista pelo Acre Aníbal Diniz: “quem é o Aníbal
Diniz? Um poste colocado em Brasília para defender os interesses da
quadrilha”. O caso foi levado à Corregedoria da PM do Acre pelo Serviço
de Inteligência da corporação, que existe para investigar denúncias
contra civis.
No relatório da sindicância, o major Marcos da
Silva Kinpara confirmou as críticas feitas pelo colega de farda e
apontou que o sargento “fez comentário de forma desrespeitosa ao Chefe
do Executivo”. Em sua defesa, o sargento afirmou que a postagem foi
feita por um sobrinho. O comandante da PM do Acre, coronel José dos Reis
Anastácio, negou qualquer interferência do governador no caso e
garantiu que a investigação foi baseada no código de disciplina dos
militares acrianos.
“A gente tomou conhecimento e apurou. A
corregedoria chegou a essa conclusão e aplicamos a medida cabível”,
disse. O secretário de Comunicação do governo do Acre, Leonildo Rosas,
disse que o governador não iria comentar o assunto por não ter
“participação no caso”.
A prisão do militar foi criticada pelo deputado
estadual Werles Rocha (PSDB), líder da oposição na Assembleia e major da
reserva da polícia do Estado. Em nota divulgada à imprensa, o deputado
acusou o Palácio Rio Branco de manter um “clima de terror” e de
“ameaças” para impedir o “vazamento da verdade”.
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