
Manifestantes
que participaram de invasão da prefeitura na noite desta terça-feira
(18) prometem mais quebra-quebra nas próximas manifestações. Um
estudante de 18 anos, que estava entre os que atiravam pedras no
Edifício Matarazzo, afirma que esse é o único jeito de ser ouvido. "Se
não ouvir a gente, se não prestar atenção na gente, vai ter muito mais",
disse. "A Dilma foi contra a ditadura. Foi presa. Procura lá na ficha
dela os roubos que ela fez. Por que a gente não pode fazer isso?",
complementou. De acordo com ele, a tarifa é apenas a "faísca" de tudo
que vem acontecendo. Entre os partidários do quebra-quebra como
instrumento político, há punks e pichadores, entre outros grupos. Os
gritos de guerra deles são "Sem moralismo, sem moralismo" e "Se não
quebrar não vai rolar". Um grupo maior e menos agressivo, porém, se
arrisca para tentar conter a depredação. O corretor de imóveis Gustavo
Klis, de 26 anos, foi agredido para impedir que a bandeira do Brasil
fosse queimada, como aconteceu com as da cidade e do Estado de São
Paulo. "Nós estivemos seis atos defendendo essa bandeira. É uma
hipocrisia queimá-la agora", afirma. Vestido de Super-homem, o artista
plástico William Steadille, de 18 anos, fez parte de uma corrente humana
para impedir que a porta dos fundos da Prefeitura fosse arrombada com
um poste. "Não é de violência que o Brasil precisa. É de voz, de um
grito. Isso não é um grito, é uma lesão", ele afirma. Até o empresário
Oscar Maroni, dono da boate Bahamas, foi até o local para dar apoio ao
grupo que tentava invadir o prédio do Executivo municipal. "Isso aqui é o
novo povo deixando de agir como gado", disse. Um vendedor de churrasco
não se importou com o fato de a Tropa de Choque e manifestantes estarem
prestes a entrar em confronto. "Não penso nada disso. Mas já vendi
vários churrascos", disse, pouco antes de ter de se retirar devido às
bombas de gás jogadas pelos policiais.
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